ARTUR MORGADO: “ACREDITO NA REALIZAÇÃO DO CAN NOS CAMARÕES APESAR DA PRESSÃO DOS CLUBES EUROPEUS”
© RFI Português
O Campeonato Africano das Nações deve decorrer de 9 de Janeiro a 6 de Fevereiro, no entanto ainda há dúvidas quanto à realização da prova.
Neste domingo, o Comité Executivo da CAF, a Confederação Africana de Futebol, rejeitou o adiamento da prova, que devia já ter decorrido em Janeiro de 2021 mas que acabaria por ser adiada, numa primeira fase, para Janeiro de 2022 devido à pandemia de Covid-19.
Esta tomada de posição e os rumores de adiamento apareceram após o recrudescimento de casos da variante Ómicron pelo mundo fora. E também sob a pressão dos clubes europeus que enviaram uma carta à FIFA em que pedem ao organismo que gere o futebol mundial para ter a autorização para não libertarem os jogadores para o CAN.
Os clubes europeus não querem enviar os jogadores à competição africana sabendo que, no regresso, os atletas deverão ter uma quarentena de vários dias, impedindo esses jogadores de darem o seu contributo ao clube.
Uma situação complicada que ainda está pendente. Segundo as informações recolhidas, a FIFA preferiria um adiamento para Junho da prova ou até um cancelamento definitivo desta edição nos Camarões.
Nesta segunda-feira, o Presidente sul-africano da CAF chegou aos Camarões e prometeu um esclarecimento da situação na terça-feira, sem nunca afirmar que a prova ia decorrer nas datas previstas.
Patrice Motsepe, eleito em Março de 2021, deverá reunir-se com a organização camaronesa do torneio mas igualmente com o Presidente do país, Paul Biya.
Em entrevista exclusiva à RFI, Artur Morgado, especialista cabo-verdiano do futebol africano e antigo agente de jogadores, analisou esta situação pouco comum a três semanas do início da prova.
De notar que o CAN que deverá decorrer em Janeiro nos Camarões conta com duas selecções lusófonas: Cabo Verde e Guiné-Bissau.