CAN’2021: AFASTAMENTO DE JAQUITÉ GERA DÚVIDAS
© O Golo GB
O afastamento do médio dos Djurtus, João Lamine Jaquité da seleção nacional por uma alegada lesão, está a gerar polémica e dúvidas sobre o seu verdadeiro motivo.
No primeiro treino da seleção nacional no Estádio Nacional ’24 de Setembro’, com vista a participação na fase final do Campeonato Africano das Nações CAN’2021, João Jaquité iniciou os treinos com o plantel e minutos depois foi retirado do conjunto com alegação de que está a correr de forma não habitual, ou seja, tipo uma pessoa com lesão, embora o jogador ter afirmado que é o seu habitual e que não se tratava duma lesão, mesmo assim, foi obrigado a trabalhar com limitações e nisto foi submetido alguns testes físicos que realizou sem problemas.
Minutos depois, o selecionador nacional reuniu a sua cúpula, de onde saiu a decisão de suspender o jogador da convocatória, sem que, no entanto, fosse realizado algum exame médico para apurar se na verdade está com um problema que possa ditar a sua substituição na lista dos 24 jogadores convocados. E, só depois que o seu clube União Desportiva Vilafranquense foi solicitado a enviar o seu Relatório Médico.
No relatório de duas páginas do clube português enviado à seleção nacional datado de 31 de Dezembro de 2021, na posse da redação de O Golo GB, Vilafranquense esclareceu que o médio dos Djurtus, queixou de um desconforto na região do tendão de Aquiles na reapresentação ao clube depois da última convocatória da seleção no dia 17 de Novembro de 2021, e explicou detalhadamente a evolução do tratamento:
“Após sua reapresentação da última convocatória da seleção no dia 17 de Novembro de 2021, o atleta se queixou de um desconforto na região do tendão de Aquiles. O mesmo foi submetido a um tratamento integral de fisioterapia e treino com o grupo, onde tratava pré-treino, pós treino e no turno oposto ao treino, assim, o atleta jogou e treinou até o dia 04 de Dezembro de 2021 onde nesse jogo o atleta tomou o 5.º cartão amarelo e ficou suspenso do jogo seguinte. A partir da suspensão automática tomamos a decisão de afastar o jogador dos treinos e jogos para tratarmos integralmente o tendão de Aquiles que estava inflamado desde a reapresentação (17/11)”.
Na altura, ele apresentava dor à palpação ao nível da inserção distal do tendão, em contração isotônica e em máximo alongamento em apoio unipodal. Realizamos tratamento anti-algico e no ginásio fazia apenas bicicleta, trabalho de contração isometrica e trabalho de manutenção da amplitude articular. Com a evolução, começamos a trabalhar movimentos excêntricos com o peso corporal e mais tarde com carga externa. A dor evoluiu favoravelmente sendo que deixou de doer na região distal e começou com dor apenas no terço médio do tendão”.
O departamento médico de Vilafranquense avançou ainda que quando Jaquité deixou de ter dor em qualquer movimento isotônico no ginásio, introduziram trabalho de pliometria e mais tarde de corrida sempre sem dor, até (10/12).
Vilafranquense assegurou que no final do trabalho, a única queixa ou alteração que João Jaquité apresentava era uma dor ligeira a palpação no terço médio do tendão.
“Com a evolução foi entregue a preparação física (15/12) onde realizou trabalhos de mobilidade de tornozelo com resistência elástica e trabalho de força com sobrecarga (que já estava habituado). No campo o atleta treinou à parte do grupo e realizou trabalhos de mudança de direção e sprints de 25 e 30 metros. O atleta não relatava dor, somente um leve desconforto na parte medial do tendão”, relata o documento.
Conforme o relatório médico de Vilafranquense, o atleta treinou com a preparação física mais tratamentos na fisioterapia até o dia 23 de Dezembro de 2021, onde ficou assistido com materiais do clube e os exercícios para realizar o trabalho de preventivo e mobilidade para o tendão, todos os dias, inclusive antes dos treinos de campo para uma melhor ativação local.
Caso Jaquité, não é o primeiro a acontecer na seleção nacional nos estágios de preparação para participar numa fase final do Campeonato Africano das Nações.
Na primeira participação do país na prova (CAN’2017), o mesmo cenário aconteceu com o avançado Zé Turbo, com a alegação de que o jogador tinha lesão num dos dedos da mão, fato que era uma simples jogada de afastá-lo da competição e dar lugar a um colega supostamente pelo compromisso obscuro.
Na opinião de alguns internautas atentas ao desenrolar deste filme, a Guiné-Bissau corre sério risco de conhecer a sua pior participação numa fase final do Campeonato Africano das Nações, depois das duas más presenças no Gabão e no Egito, respectivamente.