ABANDONADO PELO ESTADO, AUTOR DO 1° GOLO DA GUINÉ-BISSAU LUTA CONTRA DOENÇA HÁ 4 ANOS
©️ FUT245
Entrou definitivamente na história do desporto nacional e em particular do futebol, ao marcar o primeiro golo de sempre da seleção da Guiné-Bissau, mas agora luta contra a doença de coração há quatro anos e sente-se abandonado pelo estado da Guiné-Bissau nesta luta.
A equipa de reportagem do portal FUT 245, visitou José Mariano Fernandes ex-jogador e internacional guineense neste sábado “19.03” na sua residência em Bissau e falou do seu estado de saúde que no momento está a piorar.
“Se vir falar da minha doença, deixa-me muitas más recordações pelo que fiz para o desporto da Guiné-Bissau. É triste uma pessoa como eu. Eu valorizo-me, aqueles que me viram a trabalhar valorizaram-me, a minha família valoriza-me e a Federação de Futebol deu-me valor, mas estado da Guiné-Bissau não me deu valor e não me reconheceu nada“. Considerou José Mariano Fernandes.
O autor do golo histórico da Guiné-Bissau explicou ao FUT 245 que quando começou a sofrer a da doença, o seu médico aconselhou-lhe um tratamento no exterior e dirigiu-se a Secretaria de estado do Desporto solicitando que lhe ajudassem a tratar o processo da renovação do seu passaporte de serviço visto que estava quase a concluir o processo de reforma. Segundo José Mariano, o processo passou pelas mãos do diretor-geral Alberto Dias e ex-secretário de estado Florentino Dias, mas não conheceu outras etapas e ficou estagnado.
José Mariano Fernandes disse ao FUT 245 que sem evolução do processo assumido pela secretaria de estado de desportos, a direção da Federação de Futebol da Guiné-Bissau liderada pelo Carlos Alberto Mendes Teixeira inteirou da sua situação e prontamente interveio e com passaporte normal, a FFGB ajudou-lhe na formulação do pedido de visto e ainda não recebeu uma resposta satisfatória duma embaixada de um país europeu sediada no país.
Sinto-me que o estado não me reconhece, a Federação reconhece-me tanto quanto vieram até a minha casa visitar-me, vieram Caito, [Presidente da Federação] e o seu staff e Bá Quecuto, mas governo nada. Estou a referir o governo porque é pelo governo que mais trabalhei, dei os meus 43 anos enquanto funcionário de estado, trabalhei 43 anos e não sou funcionário qualquer, reformei como diretor de serviço de primeira, mas podia reformar como diretor-geral se não fosse maldade.
José Mariano lamentou a falta de sensibilidade do governo para com o seu processo. Segundo o ex-jogador e funcionário público com apenas um documento, o estado pode desbloquear a sua situação de várias formas, seja por pedidos especiais ou pela junta médica. Na mesma entrevista o autor do primeiro golo de sempre da Guiné-Bissau disse ao FUT 245 que fez papeladas para o pedido de junta médica, mas não sabe que o pessoal encarregue para o processo já deu entrada do mesmo.
José Mariano ainda acredita que a sua situação poderá ser resolvida, mas a sua única esperança está no presidente da Federação de Futebol da Guiné-Bissau e o seu staff que segundo o ex-jogador, sempre empenhou na procura de melhores soluções para o seu tratamento no exterior.