FUTEBOLISTA FINANCIA ABASTECIMENTO DE ÁGUA PARA COMUNIDADE EM BISSAU
O jogador de futebol guineense Idrissa Camará mandou construir um posto de abastecimento de água potável para as crianças da sua academia de futebol em Bissau que também vai servir toda a comunidade próxima do campo de treino.
Idrissa Camará, vulgarmente conhecido na Guiné-Bissau por Idi Computador, é um ex-internacional de futebol guineense, que representou o Desportivo de Chaves em Portugal, passando depois pela Bélgica antes de se fixar em Itália, onde joga há seis anos.
Dono da academia Juzepe, nome do seu empresário italiano que também deu ao seu filho, Idi Computador disse à Lusa que quis “ajudar a minimizar o sofrimento” não só das crianças que frequentam a sua escola de futebol, como das mulheres que habitam casas próximas do Campo da Pedrada, no Bairro Militar, subúrbios da capital guineense.
De segunda a segunda, a academia Juzepe recebe centenas de jovens, dos sete aos 18 anos, na busca de aprimoramento de técnicas para um dia ser jogador de futebol na Europa.
Idi Computador vê a construção do posto de água como “um salto qualitativo” da sua academia na performance dos jogadores, mas também considera que a medida pode ajudar a comunidade local.
“Sabemos os estragos que as nossas bolas causam nas casas dos vizinhos. Fazer esta bomba também é uma forma de lhes pedir perdão pelos danos que lhes causamos”, enfatizou o jogador que durante as férias coordena as atividades dos treinos.
Até aqui, Alimatu Turé, que tem a casa paredes-meias com o Campo da Pedrada, é quem, diariamente, dá água, que vai buscar num poço situado numa horta das redondezas, às crianças e jovens durante os treinos.
Alimatu, que se apresenta como “mãe” das crianças da academia Juzepe, colocou no alpendre da sua casa um pote e um jerricã onde as crianças se refrescam do calor.
Agora, Alimatu diz-se feliz com a iniciativa de Idi Computador. “Deus obrigada ao Idi que nos colocou aqui uma bomba de água no Campo da Pedrada. Estamos contentes com ele. Pedimos a Deus que faça com que esta academia continue. Eu mesma que estou aqui sou a mãe destas crianças. Quando não havia aqui está bomba de água, apanhava água na horta e trazia aqui para as crianças beberem”, referiu Alimatu Turé.
A infraestrutura ainda não está pronta. Os pedreiros dão os últimos retoques numa espécie de parede que vai sustentar quatro torneiras que poderão ajudar a mudar a rotina das crianças e mulheres do Campo da Pedrada, um pelado, de chão duro, situado no meio de casarios no interior do Bairro Militar.
Alimatu Turé já avisou que será ela que irá cuidar da infraestrutura para que não seja estragada nem pelas crianças e nem pelas mulheres, que regra geral nas comunidades guineenses, são quem vai buscar a água para as lides domésticas.
Idi Computador, que recebeu apoio de “uma amiga italiana, de nome Nahomi” para a construção do posto de água, já avisou os colaboradores: a infraestrutura só estará fechada durante o período em que a academia Juzepe estiver encerrada, das 19:00 às 07:00 da manhã.
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