LUTA LIVRE: FLGB QUEIXA-SE DE ABANDONO PELO GOVERNO
A Federação de Luta da Guiné-Bissau (FLGB), uma das modalidades desportivas com maior proeza nas competições internacionais, lamentou a falta de apoio financeiro das autoridades governativas e queixa-se de ter sido abandonado pelo executivo.
O organismo liderado por João Bernardino Soares da Gama tem participado nas diferentes competições internacionais de Luta Livre, com destaque no Campeonato Africano e Mundial da modalidade, com apoio do Comité Olímpico do país e dos parceiros internacionais.
Recentemente três atletas nacionais de Luta Livre participaram no Campeonato do Mundo na Sérvia, Belgrado, que decorreu de 10 a 18 do mês em curso, com apoio do Comité Olímpico para a deslocação dos atletas.
A informação foi transmitida ao Jornal O Democrata esta segunda-feira, 26 de setembro de 2022, por João Bernardino Soares da Gama, em entrevista para fazer balanço da participação da Guiné-Bissau no mundial de luta livre na Sérvia, onde o país não conseguiu alcançar uma única medalha.
“Fomos abandonados pelo executivo e não temos como negar esta realidade. Continuamos a lamentar a falta de apoios para uma modalidade que continua a dignificar a Guiné-Bissau”, disse.
“Recentemente, em agosto, a Guiné-Bissau participou nos jogos da solidariedade islâmica na Turquia com quatro modalidades e a da luta foi a única que conseguiu uma medalha de bronze, através de Bacar Midana. Não se sabe quando é que o país vai sair dessa situação ”, lamentou.
Defendeu que a modalidade de luta que sempre traz resultados positivos nos diferentes certames internacionais não pode continuar a “mendigar” para conseguir apoios financeiros para participar no Campeonato do Mundo.
Embora desapontado com a falta de engajamento do executivo, o líder federativo realçou e agradeceu apoio do Comité Olímpico da Guiné-Bissau que “permitiu custear a viagem da caravana nacional para Sérvia”.
Sob comando do antigo atleta de luta livre, Augusto Midana, a caravana nacional que participou no Campeonato do Mundo era composta pelos lutadores Mbundé Cumba Mbali de 65 kg, Bacar Midana de 70 kg, e Diamantino Luna Fafé de 57kg. Apenas Bacar Midana conseguiu chegar aos oitavos finais na sua categoria, os restantes foram eliminados nos combates de estreia.
Questionado sobre o desempenho dos atletas nesta última competição, Soares da Gama considerou “razoável” a participação da Guiné-Bissau, uma vez que as condições de preparação dos atletas não foram das melhores.
Perspetivando o futuro desta modalidade, lamentou a falta de sensibilidade das autoridades, contudo, acredita que futuramente a modalidade será uma prioridade do executivo.
“Esta não é a primeira vez que participam nas provas internacionais sem apoio do executivo, apesar de bons resultados alcançados anteriormente”, disse.
Em maio último, a Guiné-Bissau conquistou duas medalhas, uma de ouro e a outra de bronze no campeonato africano de luta de Marrocos.
Neste certame, a Guiné-Bissau foi um dos países com grande recorde na participação, país que mais medalhas conquistou.
©️ Jornal O Democrata