M’BUNDÉ FOGE DA CARAVANA DE LUTA E ENTRA EM PORTUGAL
O lutador guineense, M’bundé Cumba Mbali, (bolseiro olímpico), que representou o país recentemente no Grande Prémio “Henri Deglane”, em França, fugiu da caravana no regresso à Paris, depois de não ter conseguido medalha no evento que teve lugar em Nice, uma das capitais do território francês.
M’bundé, estava acompanhado de alguns dirigentes do Centro de Alto Rendimento de Costa do Marfim, instituição onde esteve acolhido como bolseiro olímpico, desde Outubro do ano passado.
@midana1207♬ som original – MIDANA🇬🇼🇵🇹
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Uma fonte informou à redação de O Golo GB que o grupo dos atletas africanos e a caravana técnica, deviam permanecer em Paris por alguns dias, antes de regressarem à Costa do Marfim e de repente perderam com o paradeiro de M’bundé e outro atleta de Congo, daí, tentaram perguntar os restantes colegas e estes desconheciam dos seus paradeiros, ou seja, não testemunharam das suas saídas. Uma situação que gerou pânico e informaram logo os respetivos países e mais tarde vinham a ter ideia de que se tratavam de fugas.
Contatado pela nossa redação, João Bernardino Soares da Gama, presidente da Federação de Luta da Guiné-Bissau, confirmou a informação e diz ter falado com o atleta dias depois, quando já se encontra em Portugal, embora sem justificar a razão da fuga, mas disse que só regressa assim que as condições forem melhoradas.
Dias depois, circulou na rede social Tiktok, um vídeo do lutador a dançar num dos espaços públicos em Portugal com um colega/familiar, que supostamente pode ser o acolhedor, por se tratar de pessoa que em várias ocasiões estiveram juntos em Bissau.
O presidente da Federação de Luta confirmou ainda que Diamantino Iuna Fafé, vice-campeão na categoria de 57kg no referido torneio de França, está na caravana do Centro de Alto Rendimento e lamentou a fuga de M’bundé, que segundo ele, terá impacto negativo para os futuros bolseiros olímpicos nacionais.
De recordar que há muito que os atletas, dirigentes e comentadores desportivos queixaram de falta de condições para os atletas guineenses de diferentes modalidades, algo que pode estar na origem da decisão do lutador, aliás, como disse o atleta na conversa com o presidente, regressa só quando as condições forem melhoradas.
Supostamente, o jovem M’bundé Cumba Mbali não quer passar o mesmo com o seu compatriota de Nhacra, Augusto Midana, campeão africano por várias ocasiões, já aposentado e sem condições ou benefícios que podem incentivar os mais novos a abraçarem a mesma carreira.
No ano passado, M’bundé Cumba Mbali, um dos experientes lutadores guineenses em ativo, contraiu uma lesão no joelho e acabou por voltar a terra natal (Nhacra), onde foi submetido ao tratamento tradicional por vários meses. No regresso à competição, conquistou a medalha de ouro no dia 11 de Novembro de 2022, na trigésima terceira edição do Torneio Internacional de Alexandria, no Egito.
Importa salientar que esta não é a primeira fuga de atleta guineense na Europa à procura de melhores condições. O cenário aconteceu quase em todas as modalidades desportivas praticadas no país, inclusive no desporto rei (futebol).
O Golo GB promete trazer as reações oficiais do Governo, Comité Olímpico e da própria Federação de Luta, assim que for possível.
©️ O Golo GB