A um mês da estreia da Seleção Nacional de futebol, Djurtus, no Campeonato Africano das Nações – CAN Côte d’Ivoire 2023, os guineenses ainda não sabem como vão os preparativos da participação da turma nacional.

Mais uma vez começamos mal a nossa quarta participação na maior montra do desporto-rei do continente, tal como aconteceu nas três últimas edições onde as cores nacionais estiveram presentes.

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Como é que é possível ver um país com experiência de três participações consecutivas no CAN, a cometer um erro grosseiro, que nem uma criança cometeria.

Todos nós temos ainda a memória bem fresca das más organizações nas edições do CAN’2017, no Gabão, CAN’2019, no Egito e CAN’2021 nos Camarões, como as péssimas organizações afetaram negativamente a nossa participação, mas ainda hoje, estamos a cometer os mesmos erros.

Até aqui, a única coisa pelo menos que nós de O Golo GB sabemos é do hotel onde a Seleção Nacional terá o seu quartel general nas terras do Didier Drogba, além disso nada mais se sabe. Tudo está no segredo dos deuses.

Com essa falta de organização, como é que podemos esperar uma boa participação no Campeonato Africano das Nações de 2023, mas a disputar-se entre os meses de Janeiro e Fevereiro de 2024? Talvez acreditamos apenas nas surpresas e na sorte…

No próximo dia 13 de Janeiro de 2024, os Djurtus estarão, tal como aconteceu em 2017, na abertura do CAN, quando forem às 20:00 horas da Costa do Marfim, para desafiar a seleção anfitriã, mas os guineenses não sabem de nada, mas de nada mesmo, do que está a ser preparado no país…

Era a hora de crescermos e elevar o nível de preparação e organização para uma condigna participação dos Djurtus em mais uma fase final do CAN, mas infelizmente, não aprendemos com os erros do passado, o que é muito grave…

Claro que a responsabilidade é partilhada entre o Estado da Guiné-Bissau e a Federação de Futebol da Guiné-Bissau, este último a entidade, a meu ver que devia elucidar os guineenses sobre o que está a ser preparado e o projeto que querem propor ou já apresentaram ao Estado guineense para uma participação diferente pela positiva, porque as três presenças anteriores foram apenas fiasco atrás de fiasco e vergonhoso, organizacionalmente…

O quartel general dos Djurtus será o Mövenpick Hotels & Resorts, em Abidjan, na capital da Costa do Marfim, isto, de acordo com uma página marfinense nas redes sociais We Are Cote d’Ivoire, a que a redação de O Golo GB teve acesso. O resto dos preparativos nada foi divulgado, numa altura em que estamos, exatamente, a um mês da estreia da turma nacional no CAN’2023.

Desta vez, esperamos que os responsáveis de uma eventual má participação dos Djurtus sejam identificados e responsabilizados, porque não podemos ficar numa onda cíclica de desorganização e no final do dia ninguém é responsabilizado.

O mais triste é que há pessoas que estão na organização das nossas participações desde a primeira presença dos Djurtus no CAN’2017, mas que nada de bom acrescentam à Seleção Nacional, apenas vão lá à procura do dinheiro fácil e mais nada.

Com tudo isso, já estamos a perder com a Costa do Marfim antes mesmo do jogo começar. Sempre deixamos tudo para última hora e sempre corre pessimamente, os exemplos são as três participações de tamanhas desorganizações que agora somará a esta edição de 2023.

Como já sublinhei nos meus anteriores artigos, o futebol da Guiné-Bissau precisa de pessoas que querem servir o nosso desporto-rei e não de pessoas que só querem servir do nosso futebol, como temos vindo a assistir. Muito triste.

Hoje, 13 de Dezembro de 2023 até o dia 13 de Janeiro de 2024, são apenas 30 dias para o dia “D” dos Djurtus no CAN’2023, mas infelizmente estamos ainda a dormir e os anfitriões e nossos adversários no Grupo A, a prepararem seriamente as suas participações no Campeonato Africano das Nações.

Aliás, até às três participações anteriores tiveram um nível de divulgação aceitável, mas desta vez a suposta comissão organizadora da participação dos terá um curto espaço de tempo para nos contar o que está no projeto ou programa elaborado. Também, queremos saber do orçamento global, pois é o nosso dinheiro…

Já nos países organizados, a população sabe de tudo, sim, de todos os detalhes, desde o orçamento global da participação de suas seleções, os objetivos traçados e muito mais, mas na Guiné-Bissau somos sempre mal servidos, infelizmente… Sempre apostamos em pessoas erradas e oportunistas para nós dirigir…

Os dianteiros do nosso futebol devem saber que estão ao serviço do povo da Guiné-Bissau, que merece estar a par de tudo, porque os gordos salários que recebem pertence a este povo, mesmo vindo da FIFA, mas é dinheiro do povo guineense que lhes paga o ordenado. O povo merece respeito…

O Estado da Guiné-Bissau não pode continuar a gastar biliões e depois não chamar responsabilidade às pessoas, num país onde tudo é prioridade, onde sacrificam os setores sociais, de educação, saúde etc… para pôr dinheiro num cenário de desorganização…

Nesta direção que estamos a seguir, será uma miragem, a almejada primeira vitória no CAN ou uma eventual passagem à próxima fase da Copa Africana das Nações… como temos vindo a criar utopia nas nossas mentes.

✍🏾 Sene Camará | Editor-chefe de O Golo GB

🕹️ Sete Rios, 13 de Dezembro de 2023

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