BENELÍVIO CABRAL INSALI RESPONSABILIZA A FFGB PELA INTERDIÇÃO DO ESTÁDIO 24 DE SETEMBRO
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O comentador desportivo e ex-candidato à liderança de Federação de Futebol da Guiné-Bissau (FFGB), Benelívio Cabral Insalí, responsabilizou a atual direção da FFGB pela interdição do Estádio Nacional 24 de Setembro, pela FIFA, para acolher jogos oficiais, devido à falta de condições.
“A responsabilidade é da FFGB, porque os atores políticos guineenses não interessam pelo desporto nacional. Sabem que se o desporto crescer, em particular o futebol, ninguém vai à sede dos partidos políticos para fazer comícios”, justificou.
“A FFGB devia ter as pessoas competentes, flexíveis e com relações diplomáticas para assumir a reabilitação do recinto nacional e entregar as faturas de despesas ao executivo, para permitir à Guiné-Bissau fazer os seus jogos internacionais junto do seu público em casa”.
Cabral Insali falava esta terça-feira, 17 de agosto de 2021, ao Jornal O Democrata, no qual abordou a mudança do local do jogo da seleção nacional de futebol no arranque da fase de qualificação da zona africana para o Campeonato do Mundo de futebol de 2022, que se inicia em Setembro próximo.
“O organismo deve ser independente, e saber o que deve fazer perante esta realidade. Se a federação conseguisse distribuir os dinheiros ganhos pelos membros do comité executivo do órgão num prazo de 6 meses teria condições financeiras para dar a manutenção ao estádio nacional. Isso chama flexibilidade e mais nada”.
Em virtude da interdição do recinto nacional, os “Djurtus”, vão defrontar a sua congénere da Guiné-Conacri, no recinto emprestado na Mauritânia, na primeira jornada do grupo I da competição que se realiza no Qatar em 2022.
O comentador desportivo revelou que a seleção corre forte risco de realizar os seus três jogos da fase de qualificação para o mundial, que devia ser em Bissau, em Mauritânia, e chama atenção sobre necessidade criar condições financeiras para permitir as deslocações da caravana nacional, evitando erros do passado.
Insali lembrou que desde março último que a Confederação Africana de Futebol (CAF), alertou a direção da FFGB para melhorar condições do recinto, mas nada foi feito até à presente data, apesar da promessa do executivo. O comentador acusou a federação de ser cúmplice do governo, uma vez que a atual liderança da FFGB teve ajuda do atual regime para chegar ao poder.
Insalí entende que autoridades desportivas guineenses devem submeter um projeto à FIFA e à CAF para financiarem a construção de um novo estádio no país com capacidade de 50 mil espetadores.
Com a interdição do estádio nacional pela FIFA, vários comentadores e amantes de futebol começam a questionar qual será o estado de espírito da seleção nacional, uma vez que o Estádio 24 de Setembro nos últimos foi local determinado no apuramento dos “Djurtus” para Taça das Nações Africanas (CAN).
Ouvido pela secção desportiva do Democrata, o docente universitário, Afonso Henrique Djú, acredita que os “Djurtus” têm jogadores com potencialidade para jogar em qualquer estádio no mundo, embora admitiu que o fator casa vai mexer com o grupo.
“Mesmo que os nossos atletas sejam profissionais, obviamente que vão sentir a falta daquele calor humano dos adeptos. Mas espero que isso não afete bastante os Djurtus”, referiu Afonso Henrique Djú.
A FFGB decidiu escolher a Mauritânia para iniciar a fase de qualificação para o mundial 2022, tendo comunicado à CAF a decisão, devido à proximidade com a Guiné-Bissau.
Os “Djurtus” integram o grupo I com Marrocos, Guiné-Conacri e Sudão Norte.