CLUBES EXIGEM PRESTAÇÃO DE CONTAS À FFGB
Coletivo denuncia a corrupção na federação de futebol e suspeitam de má gestão de cerca de 800 milhões de francos CFA
Um grupo de onze clubes nacionais, da Primeira e Segunda Divisão, entregou na manhã de hoje (05.04) uma ‘carta aberta’ à Federação de Futebol da Guiné-Bissau (FFGB) exigindo-a a explicação sobre cerca dos 790 milhões de FCFA que terão entrado na conta do organismo gestor do desporto-rei nacional, nos diferentes momentos e para diferentes fins.
Os clubes em causa, denunciam que a FFGB terá recebido, da FIFA, um montante estimado em mais de 500 milhões de FCFA do direito da imagem da fase da eliminatória para o Mundial Qatar, disputado em 2022. Este montante monetário juntou-se aos 70 milhões de FCFA da reabilitação do Centro de Estágio, localizado na sede da federação de futebol. Porém, falam ainda dos 40 milhões de FCFA para construção do Parque de Estacionamento de raiz no Estádio Nacional “24 de Setembro”, somado ainda aos 180 milhões para um dos jogos dos Djurtus.
Ao todo, são cerca de 790 milhões de FCFA.
As denúncias e exigências dos clubes foram reforçadas pelo Abudo Mané “Bauié” [presidente do Cupelum FC] que falou em nome do coletivo dos clubes subscritores da carta aberta, depois da entrega desta mesma massiva para exigir as explicações sobre a forma como foram geridos os montantes em causa.
Para os 500 milhões FCFA do direito da imagem, o dirigente desportivo avançou que este montante foi depositado numa outra conta que está a ser movimentada pelo presidente da FFGB, Caíto Teixeira, através do cartão Visa, o que considerou de inadmissível.
O coletivo de clubes denunciou ainda que há corrupção na Federação Futebol da Guiné-Bissau e disse que “parece” que a Polícia Judiciária (PJ) e o Ministério Público não terão interessado para seguir a corrupção, perante aquilo que chamou de várias denúncias.
A carta foi assinada pelos clubes como: FC Canchungo, FC Sonaco, FC Cuntum, Sporting Clube de Guiné-Bissau (da Primeira Divisão); Massaf de Cacine, FC Quinará, Cupelum FC, Ajuda Sport Clube, FC Ondame, Grupo Desportivo e Recreativo de Quelélé, e Fijdus di Bideras (da Segunda Liga). A massiva surgiu há escassos dias da visita do presidente da Confederação Africana de Futebol – CAF à Guiné-Bissau, segundo o coletivo, vai marcar uma audiência com o responsável máximo da CAF para explicá-lo daquilo que os clubes consideraram corrupção no seio da FFGB.
De acordo com o grupo dos clubes, a carta será ainda entregue à Polícia Judiciária, ao Ministério Público, à Prematura, ao Ministério da Cultura, Juventude e dos Desportos e à Presidência da República.
© Balantó Danfa