MEMÓRIA CURTA: JÁ SE ESQUECERAM DO DIA 23 DE MARÇO DE 2019 NO ALTO BANDIM?

Será que já não reconhecem mais o Mister Candé?
Foi ele, Mister Baciro Candé, quem dizem hoje não reconhecer, que comandou gloriosamente os Djurtus naquela altura.
Foi ele quem escreveu a história mais bonita do futebol da Guiné-Bissau até ao momento, e com letras douradas…
Ouçam bem! … foi Baciro Candé que comandou os Djurtus para quatro campeonatos africano das Nações de forma consecutiva…repito, consecutiva… Foi ele quem nos fez sonhar…foi ele quem nos fez acreditar…
Foi, precisamente, no dia 23 de Março de 2019, numa tarde de sol escaldante que os “mambas” visitavam Bissau para um encontro da última jornada do Grupo K, para qualificação ao CAN’2019, com esperanças de se qualificar para a fase final do Campeonato Africano das Nações, para o efeito só bastava uma vitória à seleção moçambicana.
Uma vitória que colocaria a seleção moçambicana na liderança do Grupo com 10 pontos, um resultado que qualificaria as duas selecções lusófonas africanas….
A Guiné-Bissau empatou a partida no finalzinho do encontro, quando se fazia sentir toda a “arrogância” da caravana desportiva de Moçambique, Frederic Mandy restabeleceu a igualdade para duas bolas no minuto 90+5, depois dos golos de Piqueti Djassi, aos 12 minutos, e Ratifo, aos 48′, e Nelson Divrassone, para Moçambique.
…Ainda me lembro, da frase que assinalou o desespero da imprensa moçambicana, “…o irmão matou o seu próprio irmão…” se não se lembram, era Mister Candé, a quem dizem hoje não reconhecer o diploma, que comandou os Djurtus a essa proeza…
Com empate entre Djurtus e Mambas, no palco da independência – Estádio 24 de Setembro, no Alto Bandim, a Seleção da Namíbia que estava praticamente sem grandes chances de se qualificar, garantiu o seu apuramento no sofá, claro, com a mãozinha da Guiné-Bissau…
Ah!!! Agora vêm nos dizer que não o reconhecem!!! Na verdade, não conseguiram superar o dia em que Baciro Candé “mostra bós bó lugar” …., sim “ki dia i mostra bós el i kim”…
Uma coisa é certa, só pode ser uma vergonhosa retaliação por ter desfraldada à vossa expectativa de regressar ao maior palco do futebol africano em 2019.
Não se pode, de maneira alguma, pôr em causa a competência de um técnico que liderou heroicamente uma selecção humilde às quatro participações consecutivas no Campeonato Africano das Nações (CAN). Um país com parcos meios, em que o desporto em si, não constitui prioridade.
Só pode ser um caso de preconceito, xenofobia e desrespeito ao treinador guineense por parte da Federação Moçambicana de Futebol (FMF). Ou se não, um desconhecimento do histórico de sucesso e das qualificações de Baciro Candé.
Um homem que deixou legado na história do futebol africano e mundial, pois, os seus feitos ecoam por todo o mundo.
Desafio a FMF a apresentar um treinador moçambicano com maior histórico de sucesso do que Mister Candé…só um se quer.
Podem criticar o seu trabalho enquanto treinador de Costa do Sol, podem até questionar as suas opções, mas pôr em causa a sua credibilidade, e tudo quanto ele já conquistou, isso não, por amor de Deus!
É fundamental que as autoridades do desporto moçambicano sejam mais respeitosas e profissionais em relação ao Grande técnico Baciro Candé e ao seu trabalho.
© Alcene Sidibé |
Jornalista | Licenciado em Comunicação Organizacional
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