NCONCO ENTRE JOGADORES COM MAIS JOGOS PELO SPORTING DE COVILHÃ
O internacional guineense Agostinho Soares Nconco entre os 10 jogadores com mais jogos pelo Sporting Clube de Covilhã na II Liga, de acordo com o artigo de David Pereira.
Os 10 jogadores com mais jogos pelo Sp. Covilhã na II Liga
Fundado a 2 de junho de 1923, Sporting Clube da Covilhã nasceu da fusão de vários grupos do concelho que se organizavam para jogar futebol desde o início da década de 1920, numa altura em que o Sporting Clube de Portugal vivia uma fase pujante de criação de filiais.
Os leões da serra, criado a partir da união de grupos como Montes Hermínios, Victoria Luso Sporting, União Desportiva da Covilhã, Estrela Football Club e Grupo Desportivo Escola Industrial, tornaram-se na oitava filial dos leões de Lisboa.
Com pouco mais de duas décadas de existência, os serranos ascenderam à I Divisão em 1948, iniciando aí o período áureo da sua história, tendo permanecido nove anos seguidos – e 13 em 14, até 1962 – no primeiro escalão. Nessa fase os verde e brancos também atingiram a final da Taça de Portugal em 1956-57, tendo perdido no jogo decisivo frente ao Benfica.
Depois de uma longa travessia no deserto, o Sp. Covilhã regressou à I Divisão no final da década de 1980, primeiro em 1985-86 e depois em 1987-88, mas foi rapidamente despromovido em ambas as épocas, carregando a lanterna-vermelha nas duas.
Posteriormente, o conjunto da Beira Baixa participou por 19 vezes na II Liga desde 1996-97 – vai para a 20.ª presença em 2022-23 –, tendo obtido como melhor classificação o quarto lugar alcançado em 2014-15.
Vale por isso a pena recordar os dez jogadores com mais jogos pelo Sp. Covilhã na II Liga.
10. Dani Matos (112 jogos)
Médio centro natural de Alcains, passou pelos juniores do Benfica e pelos seniores do Alcains e Benfica Castelo Branco antes de ingressar no Sp. Covilhã no verão de 2006, numa altura em que os serranos competiam na II Divisão B.
Em 2008 ajudou os leões da serra subirem à II Liga, patamar em que amealhou 112 encontros (81 a titular) e 13 golos ao longo de quatro temporadas e meia.
9. Adriano Castanheira (114 jogos)
Extremo canhoto nascido na cidade suíça de Neuchatel, mas radicado desde tenra idade na região da Beira Baixa, ingressou nos infantis do Sp. Covilhã em 2005-06, mas foi no FC Porto que concluiu a formação, tendo jogado ao lado de jogadores como Mikel Agu, João Novais, Tozé e Fábio Martins e Gonçalo Paciência nos azuis e brancos.
Porém, quando subiu a sénior, em 2012-13, voltou ao emblema serrano, pelo qual amealhou 65 partidas (19 a titular) e um golo na II Liga ao longo de três temporadas, tendo contribuído para a obtenção da melhor classificação de sempre do clube na competição, o 4.º lugar em 2014-15.
8. Agostinho Soares Nconco (118 jogos)
Lateral esquerdo internacional guineense que tinha jogado no Mali, na Guiné-Bissau e no Brasil, ingressou no Sp. Covilhã no final de 2013.
Na primeira passagem pelo clube, de três anos e meio, amealhou 106 encontros (91 a titular) e quatro golos na II Liga, ajudando os serranos a obter a melhor classificação de sempre na competição, o 4.º lugar em 2014-15. Paralelamente, contribuiu para a caminhada até aos quartos de final da Taça de Portugal em 2016-17 e marcou presença no CAN 2017.
Em 2017-18 representou o Cinfães, mas nas duas épocas que se seguiram somou mais 12 partidas (todas como titular) no segundo escalão.
No verão de 2020 transferiu-se para o Vila Real.
7. Rui Morais (118 jogos)
Disputou o mesmo número de jogos de Agostinho Soares, mas amealhou mais 460 minutos em campo – 9786 contra 9326.
Lateral direito natural da Covilhã, surgiu na equipa principal dos leões da serra em 1992-93, na altura para competir na II Divisão B.
Na época seguinte representou o Águias de Souto, mas haveria de voltar aos covilhanenses para ficar associado à promoção à II Liga em 1996.
Após passagens por Colmeal da Torre, Oliveira do Hospital e Régua, voltou aos verde e brancos no verão de 1997, tendo contribuído para a subida à II Liga em 1999.
Em 1999-00 estreou-se no segundo escalão, competição em que atuou em 30 jogos (27 a titular), não conseguindo impedir a despromoção.
Em 2001-02 voltou a alcançar a promoção à II Liga, patamar em que amealhou 58 partidas (56 a titular) e dois golos entre 2002 e 2004, tendo contribuído para a caminhada até aos oitavos de final da Taça de Portugal em 2002-03, embora não tivesse conseguindo impedir nova descida de divisão na época seguinte.
Como não há duas sem três, em 2004-05 voltou a festejar uma subida à II Liga, embora tenho vivido novamente o drama da despromoção na temporada que se seguiu, na qual disputou 30 encontros (29 a titular) e marcou um golo à Ovarense no segundo escalão.
Haveria de permanecer no clube até 2007, rumando depois ao Unhais da Serra.
6. João Trindade (121 jogos)
Médio alentejano de características defensivas, representou Juventude Évora e Tirsense antes de ingressar no Sp. Covilhã em 1995-96, época marcada pela subida à II Liga.
Na temporada seguinte atuou em 29 partidas (27 a titular), mostrando-se impotente para evitar a descida à II Divisão B.
Em 1999 voltou a estar associado a uma promoção ao segundo escalão, patamar em que em 1999-00 participou em 33 jogos (todos como titular) e marcou um golo ao Penafiel, insuficiente para evitar nova descida de divisão.
Porém, em 2001-02 saboreou novamente a subida à II Liga, competição em que amealhou 59 encontros (55 a titular) entre 2002 e 2004, tendo contribuído para a caminhada até aos oitavos de final da Taça de Portugal em 2002-03, embora não tivesse conseguindo impedir nova descida de divisão na época seguinte.
Haveria de permanecer nos serranos até 2005, quando se transferiu para o Benfica Castelo Branco.
“Os momentos mais históricos e saborosos que passei no clube [Sp. Covilhã] foram, claro, as quatro subidas à II Liga e, embora atrás desses feitos maiores, o facto de termos sido também Campeões Nacionais da Zona Centro na altura”, afirmou ao Notícias de Arronches em abril de 2021.
5. João Pimenta (133 jogos)
Extremo natural de Vila Nova de Foz Côa, jogou nos juniores do Sporting ao lado de José Semedo, Miguel Veloso, João Moutinho, Silvestre Varela, Yannick Djaló e Nani, mas quando subiu a sénior ingressou no Sp. Covilhã, em 2004-05, uma época marcada pela promoção à II Liga.
Na época seguinte atuou em 31 jogos (29 a titular) no segundo escalão e apontou quatro golos, diante de Varzim, Portimonense e Maia (dois), insuficientes para evitar a descida à II Divisão B.
Apesar da despromoção, valorizou-se ao ponto de dar o salto para a Naval, então na I Liga, tendo estado cedido pelo emblema da Figueira da Foz ao emblema serrano entre 2008 e 2010, já após um empréstimo ao Portimonense. Neste regresso à Beira Baixa amealhou 53 encontros (52 a titular) e sete golos na II Liga.
No verão de 2010 transferiu-se para o Vitória de Setúbal, que o cedeu à Oliveirense, e um ano depois voltou ao Sp. Covilhã para uma última passagem de dois anos pelo clube. Entre 2011 e 2013 totalizou 49 partidas (38 a titular) e três golos no segundo escalão, rumando depois ao Fátima.
4. Joel Vital (163 jogos)
Defesa central formado maioritariamente no Salgueiros e que concluiu a formação no Benfica ao lado de Sílvio, passou por Canedo, Madalena, Candal e Cinfães antes de ingressar no Sp. Covilhã no verão de 2013.
Desde então até dezembro de 2021 amealhou 163 partidas (146 a titular) e cinco golos na II Liga, tendo contribuído em 2014-15 para a obtenção da melhor classificação de sempre do clube na prova, o 4.º lugar. Paralelamente, participou na caminhada até aos quartos de final da Taça de Portugal em 2016-17.
A meio da temporada 2021-22 decidiu encerrar a carreira, aos 33 anos. “Enquanto jogador de futebol vamos recordar-te pelo caráter, resiliência e capacidade de liderança, características que fazem de ti uma figura incontornável do Sp. Covilhã e respeitada por todos”, assinalou o Sindicato dos Jogadores através do seu portal oficial.
3. Tiago Moreira (175 jogos)
Defesa lateral capaz de jogar à direita e à esquerda, fez toda a formação no FC Porto, tendo jogado ao lado de Ventura, André Pinto, Paulo Machado, Castro, Ukra e Hélder Barbosa. No entanto, quando subiu a sénior foi obrigado a procurar a sorte noutras passagens, tendo passado por Infesta, Esmoriz, Ribeirão, Lousada e AD Oliveirense antes de assinar pela primeira vez pelo Sp. Covilhã no verão de 2014.
Nas duas temporadas dessa primeira passagem pelos serranos amealhou 86 partidas (todas como titular) e um golo na II Liga, tendo contribuído em 2014-15 para a obtenção da melhor classificação de sempre do clube na prova, o 4.º lugar.
No verão de 2016 mudou-se para o União da Madeira, tendo ainda tido uma curta aventura no Leixões antes de regressar ao emblema da Beira Baixa em janeiro de 2019. Desde então que soma mais 89 encontros (84 a titular) e um golo no segundo escalão.
2. Edgar Sá (236 jogos)
Defesa central que concluiu a formação no FC Porto, ingressou no Sp. Covilhã em 2002-03, depois de passagens pelos seniores de Trofense e Lusitânia de Lourosa.
Nessa primeira temporada na Beira Baixa, de apenas uma temporada, participou nas 34 jornadas da II Liga (todas como titular) e apontou seis golos, contribuindo ainda para a caminhada até aos oitavos de final da Taça de Portugal.
Seguiram-se passagens por Marco, Ovarense e Sp. Espinho antes do regresso aos leões da serra em 2007-08 para contribuir para o regresso à II Liga, patamar em que amealhou mais 59 partidas (todos como titular) e nove golos no segundo escalão com a camisola verde e branca entre 2008 e 2010.
Após dois anos no Santa Clara, voltou a representar o emblema serrano entre 2012 e 2016, tendo nesse período participado em 143 encontros (139 a titular) e sete golos na II Liga, ajudando o Sp. Covilhã a alcançar em 2014-15 a melhor classificação de sempre do clube na prova, o 4.º lugar.
No verão de 2016 transferiu-se para o Benfica Castelo Branco. Quando deixou o Sp. Covilhã, a direção premiou-o com uma Medalha de Honra.
1. Gilberto (331 jogos)
Médio defensivo internacional jovem português formado no Boavista, clube que chegou a representar enquanto sénior, passou pelos cipriotas do Ermis Aradippou e pelo Oliveira de Frades antes de assinar pelo Sp. Covilhã no verão de 2012.
“Eu vinha de uma fase má e aqui deram-me condições, apostaram em mim, nunca houve salários em atraso, eu respondi dentro de campo às expectativas criadas. É um orgulho imenso ficar na história do clube”, recordou em maio de 2019, em declarações à Lusa.
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