RESPOSTA INFELIZ E ENGANADORA DO GABINETE DE COMUNICAÇÃO DA FFGB
A imprensa desportiva guineense continua a ser alvo das respostas incongruentes por parte do gabinete de comunicação da Federação de Futebol da Guiné-Bissau (GC-FFGB), numa tentativa infeliz de manipular a opinião pública nacional.
Em resposta ao artigo de opinião do jornalista desportivo de O Golo GB, Alcene Sidibé, que questionou se a Seleção Nacional de Futebol é da Nação ou de um grupinho de pessoas.
O gabinete de comunicação da FFGB reagiu através de um post na sua página oficial no Facebook, com dados estatísticos que não correspondem à verdade, sobre números de jornalistas que a FFGB já suportou as suas viagens.
Tem sido hábito deste gabinete, responder qualquer opinião dos jornalistas, comentadores, ou de um cidadão comum que tenha opinião contrária com aquilo que chamam de “nova dinâmica” da FFGB. E em alguns casos com palavrões que não dignificam àquela instituição.
Na sua tentativa desesperada de manipular a opinião pública nacional, o gabinete não conseguiu distinguir um jornalista de um assessor. A título de informação, há uma grande diferença entre ser jornalista e ser um assessor de imprensa.
Vamos as contas das infelicidades e dados falsos na vossa resposta :
- Devem saber distinguir um assessor de imprensa de um Jornalista, uma vez que está a exercer a função de assessor em qualquer instituição perde automaticamente a qualidade de ser Jornalista em ativo. Nesse sentido, não engane ninguém que a FFGB levou um jornalista para a cobertura do jogo entre Guiné-Bissau e São Tomé e Príncipe, o senhor Edgar Carlos Pires não é jornalista da Rádio Jovem em exercício, ele está lá enquanto responsável (oficial) de media da FFGB.
- No jogo entre Senegal e Guiné-Bissau disseram que a FFGB levou 15 jornalistas.
Na verdade, são apenas 6 jornalistas, em que a viagem dos cinco deles foi suportada pelo governo e os seus ‘per diems’, ou seja, subsídios diários: Elvis da Silva [O Golo GB], Mamadu Aliu Baldé [Rádio África FM], Aliu Baldé [Jornal Nô Pintcha], Baducaram Imbenque e Alberto Pereira da [TGB]. A FFGB só suportou a viagem de um jornalista, neste caso, Alison Cabral do Jornal O Democrata;
- Dos 8 jornalistas no jogo da Guiné-Conacri, a FFGB nunca levou estes números de jornalistas, foram 3 jornalistas que o governo levou para o jogo em Mauritânia frente à Guiné-Conacri: Idjé da Costa [Rádio Sol Mansi], Lassana Camará e Rui Furtado da Radiodifusão Nacional e todos eles regressaram ao país e não viajaram para o Sudão do Norte.
- Dos números no jogo contra Eswatini, são irreais, não foram 8 jornalistas, mas sim 5 jornalistas, cujas viagens também suportadas todas pelo governo, Elvis da Silva [Rádio Jovem], Aguinaldo Ampa do Jornal O Democrata, Leonides Lopes Albino (Makadenis) da ANG, Lassana Camará e Rui Furtado da Radiodifusão Nacional, e sim levaram 2 comentadores desportivos para um turismo nesse jogo.
- No jogo de Sudão do Norte, nenhum jornalista viajou com a seleção nacional de futebol ‘Djurtus’ para uma cobertura integral, ao contrário dos 5 jornalistas, cujos números foram mal informados pelo gabinete de comunicação da FFGB.
- Em relação ao jogo de Marrocos no qual o gabinete teve uma outra afirmação infundada, apontando que a FFGB levou 10 jornalistas, também é uma embustice, são 4 jornalistas que o governo levou, Tafarel Júnior [Rádio TV Bantaba], Nelson Mendes [Radiodifusão Nacional], Julinha Sambú e Mamadú Djau da TGB.
- Por último, a falsidade levantada pelo gabinete de comunicação da FFGB sobre os 10 jornalistas na fase final do Campeonato Africano das Nações, números verdadeiros são: 6 jornalistas, todos suportados pelo fundo angariado pelo Ministério do Turismo e a FFGB, que envolveu também a comunicação social guineense.
O referido fundo foi conseguido através das atividades e espetáculos organizados, os jornalistas são: Viríssimo Cabral de Fut 245, Aladje Seidi [Rádio Jovem], Mamadu Aliu Baldé [Rádio África], Aliu Baldé [Jornal Nô Pintcha], Lassana Camará e Azi Carlos Beifa da Radiodifusão Nacional, os ‘per diems’ foram pagos pela FFGB, através do dinheiro dado pelo Ministério do Turismo para pagarem os jornalistas que foram para os Camarões e duas pessoas no gabinete da comunicação da FFGB receberam os per diems por parte do executivo guineense.
- Em nenhum momento a FFGB pensou em levar os jornalistas para a cobertura de um jogo, pensam em levar sim, os amigos, conhecidos, pessoas menos úteis para fazer chegar as informações ao povo da Guiné-Bissau e até levaram um segurança particular para o autocarro, um fato que é muito estranho.
Entretanto, o gabinete de comunicação da FFGB devia preocupar-se mais em fazer melhor o seu trabalho, e quando vêm a responder, por favor, que tragam dados reais, porque estamos atentos e jamais deixaremos que mintam aos guineenses.
A FFGB nunca levou mais de um jornalista para a cobertura de um jogo da seleção nacional A, e muito menos das camadas jovens da seleção e da seleção feminina que também viajaram sem a cobertura dos jornalistas nos jogos internacionais em que participaram.
É urgente pensarmos no futebol nacional e criar oportunidades para todos que merecem.
Para o desenvolvimento do futebol nacional é preciso uma união entre as classes, entre a imprensa e a federação e não de responder às opiniões públicas.
Estamos abertos para um debate sério e franco com vista a promover a imagem positiva do nosso futebol e a promoção dos nossos atletas, e também aguardo ansiosamente qual será a vossa resposta desta vez.
“Na pera bôs, si bô ruspundin na ruspundi mas”.
Bissau, 15 de Junho de 2022