UMA LIGA PROVINCIAL SEM SENTIDO!
É caricato disputar uma competição que, na realidade, não tem qualquer sentido, como foi a recém-criada Liga Provincial, equivalente à Terceira Divisão da Guiné-Bissau.
Certamente que muitos dos amantes do futebol nacional estariam de acordo com essa abordagem.
Como é que é possível organizar uma prova como o campeonato nacional da terceira divisão e no final dizer que não haverá nenhuma promoção das equipas à segunda liga guineense?
Seria bom se os dirigentes da Federação de Futebol da Guiné-Bissau, sobretudo o seu presidente Carlos Alberto Mendes Teixeira ‘Caíto’, tivessem uma boa explicação que elucide toda essa brincadeira com os clubes que deram tudo, mas tudo na Liga Provincial.
Não faz sentido, se haverá rebaixamento dos últimos classificados da primeira divisão à segunda liga, assim como a promoção dos melhores da segunda divisão à Guines-Liga. Por que é que a liga provincial não pode ter os seus melhores na Guines-Bola 2022/2023?
Ao longo do reinado de Caíto Teixeira, o futebol nacional tem vivido episódios que envergonham qualquer guineense que trabalha no campo do futebol da Guiné-Bissau. A atual direção da Federação de Futebol da Guiné-Bissau vai de erros em erros graves, desde a gestão dos assuntos das seleções de futebol e das competições nacionais do desporto-rei.
Agora, a pergunta é seguinte, será que na próxima edição da Liga Provincial teremos mais clubes nesta competição? Porque acreditamos que haverá equipas que serão despromovidas à terceira liga, oriundas da Guines-Bola.
Sabemos que nas ligas bem organizadas, sempre há sequência nas descidas e subidas de todas as divisões, como deveria acontecer na Guiné-Bissau, mas infelizmente, não estamos a ver uma luz no nosso futebol.
Na próxima época desportiva, esperamos que as regras ou os regulamentos sejam claros sobre cada campeonato a realizar no país. E para tornar as coisas mais transparentes, claro que a imprensa desportiva guineense tem e terá muito a dizer nisso tudo[…]
É triste ver a Federação de Futebol da Guiné-Bissau encarar as pessoas com opiniões diferentes como inimigos, sobretudo os profissionais da comunicação social. O exemplo disso, é a forma como deixaram e continuam a deixar a imprensa desportiva nacional fora de suas atividades em várias ocasiões.
Uma coisa é certa, se o dito gabinete de comunicação da Federação de Futebol da Guiné-Bissau pensar que pode sozinho difundir as atividades do futebol nacional, está muito enganado. Claro que só quem sabe o ABC da comunicação ou do jornalismo é que entenderá isso, não um leigo na matéria[…]
Desde que comecei a trabalhar como repórter do desporto na Guiné-Bissau em 2012, nunca vi uma direção da Federação de Futebol da Guiné-Bissau que ignore e humilha de que maneira os jornalistas desportivos como acontece e está a acontecer nesta era do Carlos Alberto Mendes Teixeira […]
Falo disso, porque há provas claras, por exemplo, a agressão do vice-presidente da FFGB, Fortunato Cardoso (Bodjam), ao jornalista da Rádio Sol Mansi Idjé da Costa na sede da Federação de Futebol da Guiné-Bissau, não pode ser mais que uma prova clara do ódio que algumas pessoas da Federação de Futebol da Guiné-Bissau nutrem pelos jornalistas do desporto. Tudo isso, porque estamos a fazer o nosso trabalho[…]
Uma coisa é certa, só juntos é que podemos desenvolver o nosso futebol. É utopia pensar que um grupinho de pessoas pode difundir as atividades do desporto-rei guineense.
A Guiné-Bissau e o seu futebol precisam de mais e mais competências para se desenvolver e aproximar-se do nível organizacional e competitivo de outros países africanos.
Convido a todos os profissionais que atuam no setor desportivo nacional, principalmente, no futebol a refletirem bem nas contribuições que estão a dar ao desporto, se é positiva ou negativa[…]
– Marginalizar a imprensa desportiva guineense é abrir o caminho para o fracasso do mandato da atual direção da Federação de Futebol da Guiné-Bissau[…]
Vamos fingir que o presidente da Federação de Futebol da Guiné-Bissau, Carlos Alberto Mendes Teixeira não sabe da relação azeda que a sua instituição vive e está a viver com os profissionais da comunicação social guineense.
No final do jogo de apuramento de campeão nacional da segunda divisão entre os Tigres de Fronteira de São Domingos e Clube Desportivo e Recreativo de Gabú, Carlos Alberto Mendes Teixeira felicitou a imprensa desportiva nacional pelo trabalho feito na presente época 2021/2022, ora finda.
Obviamente, que qualquer pessoa atenta ao futebol nacional concordaria com Caíto Teixeira ao felicitar os homens da imprensa desportiva pelo trabalho desenvolvido durante toda a época 2021/2022, apesar de todo menosprezo com que trataram os jornalistas e ainda estão a tratá-los.
O futebol nacional precisa de um novo rosto, uma nova imagem. Esperamos que ainda haja tempo para a atual direção da Federação de Futebol da Guiné-Bissau mudar o rumo das coisas para o melhor caminho que é o desenvolvimento do desporto-rei do nosso país.
Agradeço imenso a todos os profissionais com os quais me cruzei e ainda estou a trabalhar, por termos tido a nossa liberdade de pensar e de expressão no nosso trabalho do dia a dia. Temos um único compromisso, sim, temos, mas é só com o desporto nacional, não com pessoas[…]
– Vou terminar aqui, porque a novela da atual direção da Federação de Futebol da Guiné-Bissau tem episódios infinitos em pouco tempo do seu reinado[…]
Basta de ódio no futebol da Guiné-Bissau!
Sempre, mas sempre para e pelo desporto da Guiné-Bissau!
Boa leitura a todos.
Lisboa, 23 de Julho de 2022
©️ Sene Camará | Editor-chefe de O Golo GB