JOGOS DE DAMAS: GIBRIL SARR EXIGE TRATAMENTO IGUAL ENTRE AS FEDERAÇÕES DESPORTIVAS
O damista guineense, Gibril Sarr, alertou ao executivo sobre a necessidade de criar as condições financeiras para as restantes federações desportivas nacionais, incluindo a Federação de Damas, que nos últimos tempos tem trabalhado, com êxito, nas competições internacionais.
“Espero que o executivo comece a olhar as outras modalidades desportivas de forma como olha a Federação de Futebol da Guiné-Bissau. É claro que o executivo tem investido mais no futebol do que nas modalidades que trazem troféus, nomeadamente as Federações de Luta e de Damas, duas modalidades onde o investimento é praticamente nulo”, disse.
“Esperamos que o governo abra os cordões no sentido de criar as condições financeiras, porque a modalidade de Damas não exige muito dinheiro, mas esse apoio pode contribuir positivamente para desenvolver a modalidade, onde existem muitos talentos”, enfatizou.
Sarr falava esta segunda-feira, 05 de setembro, durante uma entrevista concedida ao Jornal O Democrata, com o objetivo de fazer um balanço sobre a participação da Guiné-Bissau no Open Internacional de Mori, em Itália. Sarr é um dos três damistas guineenses que participaram nessa competição, onde o país alcançou o terceiro lugar, graças ao damista Infali Mané, conhecido entre amigos por “Bá Djassi”.
Satisfeito pelo pódio e troféu que a Guiné-Bissau conseguiu, Sarr frisou que o governo deve criar as condições financeiras para que o país comece a sonhar mais alto e conquistar mais troféus.
O damista, que dirigiu a federação da modalidade de 2012 e 2020, revelou que o organismo quer ter presenças regulares nas competições internacionais de Damas, bem como no Campeonato Africano e no Mundial.
“A nossa perspetiva de momento é essa, estarmos regularmente nas competições internacionais, porque já tínhamos participado no Campeonato da África e em princípio devemos disputar mais um Campeonato Africano ainda este ano ou próximo, uma vez que a pandemia de Covid-19 interrompeu várias atividades. Precisamos participar nestas competições internacionais, mas é fundamental que sejamos regulares como federação e penso que o presidente do organismo está ciente desta situação”, sublinhou.
Sarr disse que é urgente a Guiné-Bissau regularizar a sua dívida na Confederação Africana e Federação Mundial desta modalidade para permitir a participação de damistas nacionais.
Neste Open Internacional de Mori, que decorreu em Itália com 40 jogadores, a Guiné-Bissau esteve representada com três damistas, nomeadamente Infali Mané, Gibril Sarr e Matos Brito. Mané ficou em terceiro lugar, Sarr ficou em nono lugar e Brito ficou em décimo oitavo lugar.
O presidente da Federação de Damas da Guiné-Bissau, Manuel Pedro Júnior, disse que esta conquista do pódio em Itália, vai abrir as portas do organismo na arena internacional.
“Precisamos apenas de fazer um trabalho de base em termos de conhecimento, regulamento, uso do pêndulo, de caderno da anotação e penso que chegaremos longe, porque os nossos atletas já competiram com campeões do mundo”, enfatizou.
Pedro Júnior revelou que o organismo que lidera perspetiva massificar a estrutura da federação dos clubes a nível do território nacional no sentido de os clubes solidificaram as respetivas estruturas.
No último fim de semana, a delegação da Guiné-Bissau que participou nesta competição em Itália apresentou, no Espaço Verde em Bissau, os troféus conquistados. A ocasião serviu para o lançamento do campeonato nacional de 2022.
Neste momento, a Federação de Damas do país conta com 6 clubes filiados, nomeadamente: o Espaço Verde, a Bancada Belém, a Carpintaria, a Cabaceira, o Antula e o Gujdan.
A Guiné-Bissau é membro da federação mundial de jogo de damas desde 2017, mas participou pela primeira vez num campeonato mundial online em 2020, que contou ainda com quatro países africanos, nomeadamente: a Costa de Marfim, o Mali, o Senegal e a Uganda.
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